Casos Clínicos
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Caso 9
Fascite plantar
História
A paciente K.M.S, uma mulher de 37 anos, apresentou-se a este com queixa de dor na face plantar do calcâneo direito e diagnóstico de "fasciite plantar". A dor, que só aparecia durante o andar ou sobre descarga de peso, se iniciou de forma insidiosa 3 meses atrás. A paciente atribuía o início do problema o fato de ter começado a praticar caminhadas diárias. Procurou um médico que receitou antiinflamatórios e repouso e aconselhou-a, caso não houvesse melhora, o procedimento cirúrgico. No raio X se observava "esporões" pequenos e com aparência semelhante em ambos os calcâneos. A paciente tinha o peso normal considerando sua idade, altura e tipo corporal.
Observação
A inspeção estática não revelou alterações significantes, tendo a paciente um alinhamento considerado normal nos membros inferiores e sem diferença significante no comprimento dos mesmos. Durante a marcha a paciente aparentemente apresentava pouca pronação subtalar durante a fase de apoio de ambos os lados. A inspeção da planta dos pés não se observou nenhuma alteração.
Exame físico
A ADM das articulações do quadril, joelho e tornozelo (talocrural) eram normais. As articulações subtalares, entretanto, se apresentavam com redução da ADM de pronação, principalmente a direita. O movimento acessório látero-lareral da articulação subtalar era reduzido no lado direito. O teste de tensão neural do nervo tibial (inervação da face plantar pelo ramo calcâneo do nervo tibial) se mostrou negativo assim como a palpação deste no túnel do tarso. A palpação profunda da face plantar do calcanhar direito se mostrou positiva com reprodução da dor comum ao paciente. Uma hipótese de sobrecarga no componente de absorção de impacto da fáscia plantar devido à incapacidade de absorção pela pronação foi aceita para este paciente.
Tratamento
Sessão1: Uma mobilização acessória grau IV (Maitland) aplicada no calcâneo próximo a linha da articulação subtalar em direção médio-lateral foi escolhida como técnica inicial de tratamento, sendo que foi aplicada por 3 lotes de 40 s. Em seguida um alongamento mantido (3 lotes de 30 s) da porção medial da articulação subtalar foi conseguido através de uma tração associada a eversão do calcâneo no tálus. O paciente foi instruído a realizar um exercício de alongamento de gastrocnêmios em casa e reduzir a intensidade da atividade física.
Sessões 2 a 4: O paciente referiu melhora de 70% depois da última sessão. Os sintomas agora só apareciam depois de longas caminhadas. As técnicas foram repetidas novamente, os exercícios continuados e o paciente foi instruído a aumentar progressivamente a intensidade da atividade física. O paciente teve resolução completa dos sintomas depois de 4 sessões. |