Casos Clínicos
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Caso 8
Dor em joelho
caso cedido por David Thompson PT, M. Phty (Manip), MCPS, MPCP
História
Um homem de 27 anos se apresentou a fisioterapia com um início insidioso de dor na face lateral do joelho direito. Ele identificou o cooper como uma atividade provocativa. O problema começou a 4 semanas atrás durante sua corrida usual de 30 minutos. No inicio a dor aparecia após 20 minutos de corrida mas atualmente aparece após 5 minutos e o impede de correr mais do que 20 min. A dor também é notada subindo ou descendo escadas ou ao se levantar de uma cadeira.
O paciente tem boa saúde e não tem história de trauma no membro inferior. Não há sintomas de formigamento, fraqueza ou crepitação.
Inspeção
O paciente tem uma postura desleixada, com extensão de quadris bilateral, rotação interna excessiva de quadris e rotação externa tibial compensatória. ambos os pés são pronados sendo o direito mais do que o esquerdo.
Análise da marcha
Demonstrou controle pélvico pobre durante a fase de apoio com rotação interna rápida do quadril no toque do calcanhar. O tamanho do passo a direita está diminuído assim como o tempo de apoio. Na fase de apoio há pronação excessiva e prolongada do pé direito.
Avaliação física
Nenhuma alteração foi encontrada no quadril direito com exceção de leve encurtamento do reto femoral. A capacidade de contração estática do glúteo máximo estava reduzida e o glúteo médio também demonstrou recrutamento pobre. Na avaliação do joelho não foi revelado um desalinhamento patelar ou disfunções do movimento articular tibio-femoral. Teste do menisco, ligamento e TFL se mostraram negativos. O tecido neural do membro inferior tinha boa mobilidade/alongamento e foi negativo na palpação. Exame do pé e tornozelo mostraram os maiores desvios, com redução significante de dorsiflexão talo-crural, valgo de calcâneo de 5 graus e o primeiro metatarso em plantiflexão.
Tratamento
O tratamento inicial foi dirigido ao pé e tornozelo direito, considerando a falta de achados positivos para o joelho e quadril. Uma técnica de taping "low dye" (Vicenzino et al 1997) foi implementada associada a um "seis reverso" (veja figuras 1 e 2). O paciente foi instruído para correr e notar o comportamento dos sintomas.
Técnica de taping "low dye"
Comparação da pronação do pé do lado que recebeu o taping (esquerdo) com o lado que não recebeu (direito)
Na segunda sessão o paciente relatou melhora de 80% nos sintomas quando corria com o taping o que indica que se uso implicará em provável sucesso no tratamento.
O tratamento envolveu também exercícios de alongamento para a panturrilha, de ativação controlada para os glúteos médio e máximo, e terapia manual para aumentar a dorsiflexão talo-crural.
Após a terceira semana o uso do taping foi progressivamente reduzido até ser eliminado. O paciente recebeu alta assintomático.
Tratamento
Durante a análise da marcha já ficou evidente que o indivíduo tinha um desvio biomecânico considerável, especialmente mais proeminente no lado sintomático.
Um processo de raciocínio clínico demanda que consideremos todas as possíveis fontes que podem contribuir para os sintomas do paciente. Assim, a coluna lombar, o quadril, o joelho, tecido neural, ligamentos, menisco lateral e tendões/músculos laterais devem ser considerados.
O uso do taping se mostrou eficaz, tanto como ferramenta de diagnóstico como tratamento. A correção das anormalidades biomecânicas se mostrou necessário para este paciente, tendo sido utilizado em seu tratamento 7 sessões.
Se os sintomas não tivessem sido totalmente eliminados, o uso de órtese poderia ter sido indicado.
Vicenzino, B., J. Fielding, et al. (1997). "An investigation of the anti-pronation effect of tow taping methods after application and exercise." Gait and Posture 5: 1-5.
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