Terapia Manual 30 - abril - 2013 Sem categoria10 comentários

 

Um alvo de pesquisa já a alguns anos é a cavitação que ocorre durante as manobras de manipulação. Essa é uma questão que para alguns profissionais ainda representa incertezas, tais quais, se há necessidade do barulho para que haja efeito ou qual a localização exata da qual provém o som.

 

Em vista disso apresentamos um artigo muito interessante, publicado este ano, que aborda muito bem o tema, avaliando entre outras coisas a localização do som da cavitação na coluna cervical alta.

 

Sons de cavitação múltiplos e bilaterais durante manipulação da cervical alta

Musculoskeletal Disorders 2013, 14:24

James Dunning, Firas Mourad, Marco Barbero, Diego Leoni, Corrado Cescon and Raymond Butts

 

Introdução: O som audível produzido durante uma manipulação de alta velocidade e baixa amplitude (thrust) é comum. No entanto nenhum estudo investigou até agora a localização do som da cavitação durante a manipulação da coluna cervical superior. O principal objetivo foi determinar qual lado da coluna que cavita, durante a manipulação (thrust) de C1-2. Objetivos secundários foram calcular a média do número de sons, a duração da manipulação (thrust) da cervical superior e a duração de uma única cavitação.

 

Métodos: Dezenove participantes assintomáticos receberam duas manipulações (thrust) cervicais, visando o lado direito e esquerdo da articulação de C1-2 respectivamente.  Microfones montados na pele foram colocados bilateralmente sobre o processo transverso de C1 e sinais de ondas de som foram gravados. Identificação do lado, duração, e numero de sons audíveis foram determinados por analises simultâneas de espectogramas com feedback de áudio usando software personalizado, desenvolvido no  software Matlab.

 

Resultados: Sons audíveis bilatérias foram detectados em 34 (91,9%) das 37 manipulações, enquanto sons audíveis unilaterais foram detectados em apenas 3 (8.1%) manipulações;isto é, a cavitação foi significativamente (P<0,001) mais provável de ocorrer bilateralmente do que unilateralmente. Das 132 cavitações, 72 ocorreram ipsilateral e 60 contralateral a articulação C1-2 visada.  Em outras palavras, a cavitação não foi mais provável de acontecer no lado ipsilateral do que contralateral (P=0,294). O número médio de sons por manipulações (thrust) rotatórias de C1-2 foi 3,57 (95% CI: 3.19, 3.94) e o numero médio de sons por sujeito seguindo ambas C1-2 manipulações foram 6,95 (95% CI: 6.11, 7.79). A duração média de um único som audível foi 5,66ms (95% CI: 5.36, 5.96).

 

Conclusão: Cavitações foram significantemente mais prováveis de acontecer bilateralmente do que unilateralmente durante manipulação (thrust) da cervical alta. A maioria dos sujeitos produziram 3-4 sons audíveis durante uma única manipulação (thrust) rotatórias visando a articulação direita ou esquerda de C1-2; sendo assim praticantes de terapia manipulativa espinhal devem esperar múltiplos sons audíveis quando realizam manipulação thrust da cervical alta na articulação atlanto-axial. Além disso, a abordagem tradicional da terapia manual visando uma única faceta articular, ipsilateral ou contralateral, da coluna cervical superior pode não ser realista.

 

 

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10 Comentários

Leonel Pezzola

1 de maio de 2013

Muito interessante o artigo. Gostria de saber quais as explicações para o barulho. alguem sabe? Abracos!

Ricardo Silvino

2 de maio de 2013

Leonel li que o barulho é causado por mudanças de pressoes e gases dentro da articulação e isso eh provocado por mudanças rápidas no volume da mesma. Gostaria tambem de saber mais. Talvez o artigo na integra tenha esta informação. Abraco

Carlos Alberto

13 de maio de 2013

Também achei bem interessante o tema. Porque é muito comum ouvirmos o barulho e acharmos que a manipulação foi boa mas as vezes estamos manipulando outra região.
Mas também gostaria de ver o artigo na integra, como faço pra pegá-lo?

GRUPO TERAPIA MANUAL

15 de maio de 2013

Carlos Alberto,

A saber o artigo está disponível em nosso site na sessão de assinantes traduzido para o português. Para você pegar o original você deve ser assinante da revista que o publicou ou de alguma instituição que faça a assinatura (em inglês).

Att.

Celso Bognotin

Joyce Almeida

15 de maio de 2013

colegas li o artigo inteiro e eles colocam que a explicação da pressão e cavitação foi verificada para os dedos mas nao na coluna….nos exames imaginologicos c a manipulaçao na coluna eles nao encontraram um aumento significante do espaço articular etc….abracos

Ricardo Silvino

18 de maio de 2013

Independente do barulho acho que a questao a ser ver é se isso tem ou nao relação com a melhora do paciente. Pela minha experiencia quando faço uma manipulação as vezes nao ouo barulho mas o paciente melhora, etc. Abraços

Carlos Alberto

23 de maio de 2013

Obrigado pela resposta Celso. Sou assinante, li pelo site mesmo!!
E concordo com o Ricardo com relação ao barulho…por isso é bom quando lemos que mesmo sem barulho há efeito rs…

Priscila Lima

26 de julho de 2013

Muito interessante mesmo! Eu, como acadêmica de Fisioterapia, já tinha conhecimento da origem do ‘barulho’, porém imaginei que as manipulações só fizessem efeito caso houvesse o ‘barulho’…

Mirte Aragão

26 de setembro de 2013

Achei interessante que diz que nao é possivel focar uma ou outra articulação na manipulação porque aprendi em osteopatia que era possivel sim e eles dizem isso…..Toda a teoria da osteopatia se baseia na manipulação mas se vc nao sabe o que esta manipulado como pode?

Matheus

3 de março de 2014

De certa forma é meio óbvio que não é apenas um barulho, considerando que antes da manipulação a articulação fica com todo o seu conteúdo intrínseco e extrínseco numa mesma posição, fora as compensações que vem a ocorrer,não somente na coluna cervical superior.

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