Uma questão recorrente no dia a dia de um fisioterapeuta está relacionada com a decisão de encaminhar um paciente para um tratamento cirúrgico ou conservador. Isso ocorre com as mais diversas afecções musculoesqueléticas e nem sempre as pesquisas conseguem elucidar essa questão dadas as inúmeras variáveis. Nesse assunto a revista The New England Journal of Medicine publicou um bom estudo que fala sobre as duas possibilidades após lesão meniscal e osteoartrite.
Tal estudo está aqui exposto em seu resumo e pode ser conferido na íntegra na sessão de artigos para membros.
Introdução
Se a meniscectomia parcial artroscópica para pacientes sintomáticos com uma ruptura meniscal e osteoartrite de joelho resultada em melhores resultados funcionais do que o tratamento não cirúrgico?
Métodos
Foi realizado um estudo multicêntrico, randomizado, controlado envolvendo pacientes sintomáticos com 45 anos ou mais com uma ruptura meniscal e evidência de osteoartrite leve a moderada na imagem. Foram designados aleatoriamente 351 pacientes para cirurgia e fisioterapia pós-operatória ou a um regime de fisioterapia padronizado (com a opção de passar para a cirurgia, a critério do paciente e do cirurgião). Os pacientes foram avaliados em 6 e 12 meses. O resultado primário foi a diferença entre os grupos no que diz respeito à alteração do Índice de Osteoartrite das Universidades de Western Ontario e McMaster (WOMAC) que dá pontuação a funcionalidade física (variando entre 0 e 100, com valores mais elevados indicando sintomas mais graves) 6 meses após a randomização.
Resultados
Na análise da “intenção de tratar”, a melhora média na pontuação WOMAC após 6 meses foi de 20,9 pontos (intervalo de confiança [IC] de 95%, 17,9 a 23,9) no grupo cirúrgico e 18,5 (IC 95%, 15,6 a 21,5) no grupo de fisioterapia (diferença média, 2,4 pontos, IC 95%, -1,8 a 6,5). Aos 6 meses, 51 participantes do estudo, que foram designados para apenas fisioterapia (30%), foram submetidos à cirurgia e nove pacientes designados para cirurgia (6%) não foram submetidos à cirurgia. Os resultados a 12 meses, foram semelhantes aos de 6 meses. A frequência de eventos adversos não diferiu significativamente entre os grupos.
Conclusão
Na análise da “intenção de tratar”, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de estudo com relação a melhora de função após 6 meses.
Com base neste estudo concluí-se que cirurgia para lesões meniscais ou osteoartrose não é melhor do que fisioterapia no tratamento destas condições. Os fisioterapeutas têm a seu dispor mais uma evidência para sugerir ao seus pacientes a procura pelo tratamento conservador para estas condições.
Carlos E. Macato
16 de junho de 2013
Jorge Silvino R
18 de junho de 2013
Pedro Galhardo
18 de junho de 2013
Jorge Silvino R
25 de junho de 2013
Pedro Galhardo
9 de julho de 2013
Jorge Silvino R
17 de julho de 2013
Carlos Machado
26 de setembro de 2013
Deise Scher
15 de novembro de 2015
Isabel
14 de junho de 2016