Terapia Manual 16 - maio - 2012 Sem categoria16 comentários

 

Efeitos adversos de tratamentos mal relatados permitem que os  quiropratas criam uma imagem de positividade falsa, diz professor

 

Um estudo encontrou que os tratamentos da quiropraxia podem parecer mais seguros do que são realmente porque seus efeitos adversos são sub-relatados em experimentações médicas.

 

O relatório impróprio dos efeitos adversos de uma intervenção médica é anti-ético, disse Edzard Ernst, professor da medicina complementar na Faculdade de Medicina da Univerisdae  de Exeter, que conduziu a última análise. Isto tem permitido que os quiropratas criassem uma imagem falsa de segurança de seus tratamentos, disse.

 

Quiropratas usam a manipulação espinhal para tratar doenças dos músculos e das articulações. Alguns profissionais reivindicam que os tratamentos podem ser usados para tratar problemas de saúde mais gerais como cólica, asma e o choro prolongado em bebês.

 

Em sua última análise, a equipe de Ernst coletou dados de 60 estudos randomizados controlados (RCTs) da quiropraxia realizados de janeiro 2000 a julho 2011. Encontraram que 29 dos estudos não mencionaram nenhum efeito adverso do tratamento e, das 31 experimentações onde os efeitos adversos foram relatados, 16 relataram que nenhum havia ocorrido durante o estudo. Os resultados foram publicados  na edição de Abril de 2012 do New Zealand Medical Journal.

 

As normas de publicação de ensaios clínicos que todos os resultados adversos de uma intervenção médica devem ser publicados. Se uma intervenção é totalmente segura e não tem consequentemente nenhum efeito adverso, os investigadores deve relatar que não houve qualquer efeito adverso.

 

“Imagine se  você tem uma droga onde os efeitos adversos suaves sejam documentados e os efeitos adversos raros estejam sendo relatados nos estudos,” disse Ernst. “Então alguém faz uma experimentação nesta droga e não menciona qualquer efeito adverso. Isso é certamente anti-ético.

 

“Eu sinto que os quiropratas têm uma atitude estranha em relação  a segurança de suas intervenções. Quando você lê a literatura, você vê proclamações que a manipulação espinhal, de acordo com quiropratas, é 100% segura.”

 

Isto é apesar das centenas de estudos que documentaram problemas com o tratamento. “Aproximadamente 50% dos pacientes que vão a um quiroprata têm efeitos adversos, o que é um número enorme,” disse Ernst. “Além destes estes efeitos adversos razoavelmente suaves, que são basicamente dor no local da manipulação e a dor referida que dura somente um ou dois dias, nós temos aproximadamente 500-700 casos de complicações severas que foram relatadas.”

 

Com os movimento extremos  na cervical com a manipulação da quiropraxia, uma artéria pode desintegrar-se e conduzir a um derrame, um resultado já bem documentado na literatura médica. “Nós vemos somente o que está sendo publicado e isso pode somente ser a ponta do iceberg,” disse Ernst. “Se um neurologista vê um derrame e acredita que estêve associado com a quiropraxia – em 99.9% dos casos ele não publicará isso.”

 

Ernst disse o  sub relato dos efeitos adversos significa que as decisões sobre o melhor curso de tratamento para um paciente seriam difíceis. “As decisões terapêuticas devem ser tomadas não apenas ao considerar a eficácia mas sim ao pesá-la com o potencial para o dano. Você tem que fazer uma análise do risco-benefício. Quando não se relata os riscos, isso não pode ser feito de maneira robusta.”

 

A associação britânica da quiropraxia foi contatada para uma resposta ao estudo mas um porta-voz disse que foi incapaz de comentar a tempo para a publicação.

 

Nota de publicação: Este texto foi inteiramente e fielmente traduzido do original “Dangers of chiropractic treatments under-reported, study finds”, publicado no periódico The Guardian (http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/2012/may/14/dangers-chiropractic-treatment-under-reported). Nosso grupo sugere que manipulações sejam feitas seguindo as normas e preceitos estabelecidos pela fisioterapia manipulativa ortopédica onde as caractrísticas de aplicação são apropriadas (mínima força e alavanca) e os riscos no paciente são considerados (contraindicações e risco/benefício).

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16 Comentários

Ronaldo Leitão

22 de maio de 2012

Otimo texto. Sou fisio e trabalhei nos EUA por alguns anos. Lá a quiropraxia é uma profissão totalmente independente da fisioterapia difrente aqui do Brasil que a fisio “incorporou” a quiropraxia. Quando estava nos EUA cansei de ver casos de pacientes que iam a um quiroprata com leve dor cervical, recebiam uma manipulaçao e depois tinham dores piores na coluna e procuravam o fisio devido ao excesso de força na manipulações (ou excesso de quantidade). Os fisioterapeutas brasileiros tem que tomar cuidado ao pegar os “beneficios” de outras profissoes pois tambem estao pegando os maleficios. Nos EUA quiropraxia é mal vista pela comunidade médica e espero que aqui não aconteça o mesmo….Abracos

Carla Marluzi

24 de maio de 2012

Vale a pena lembrar que há profissionais e profissionais e não se pode generalizar em relação as manipulações quiorpraticas. Ja fiz cursos e vi professores q usavam muita “forca” e outros que eram mais “gentis” na manipulação….Mas concordo que tem que ter cuidado mesmo principalmente na coluna cervical. O profissional tambem tem q ser responsavel pelas coisas que faz com os pacientes! ate

Ronaldo Leitão

29 de maio de 2012

Carla entendo que ha profissionais diferentes em cada area mas o texto se refere a uma “média” que ainda assim representa eu diria a maioria, já que o ensino dos profissionais seguem preceitos e regras muito similares, e portanto, as açoes e riscos também. Mas acho que os profissionais podem pesar o risco e aprender com isso para que poucos não “manchem” a imagem de todos….Abracos

Helio Yamada

4 de junho de 2012

Sou quiroprata e não concordo com o texto. Isso mancha a nossa profissao que só faz beneficios para as pessoas e para a coluna. Fisioterapeuta eh que nao devia fazer manipulacao….

Ronaldo Leitão

6 de junho de 2012

Helio voce está errado e me desculpe! Acho exatamente o oposto. Fisioterapeutas são os profissionais mais qualificados para fazerem manipulações. São graduados em universidades, trabalham com movimento e por ciência e profissão devem pesar os riscos pois isso é padrão de área de saúde “ortodoxa”. A questão é o texto mostra que manipulações “quiropráticas”, independentes de serem feitas por um fisioterapeuta ou por um quiroprata, podem oferecer risco ao paciente. Abraco

Marcos

22 de junho de 2012

Olá,acho sempre pertinente esse tipo de publicação afinal de contas quando se fala em saúde nada é matemático e temos sempre que pesar os benefícios em relação aos riscos dando devida atenção às pesquizas.Sou fisio com formação em quiroprática e sempre nos foi passado na formação quando devemos manipular ou utilizar outras técnicas mais “brandas” miofascial mobilizações,etc…O mais importante sempre é saber quando não fazer!

Ronaldo Leitão

25 de junho de 2012

Marcos que bom que você pensa assim. Concordo com você. Não é matemática e devemos pesar os riscos. Mas vejo muito fisio que a formação em quiropraxia que manipulam td o que veem pela frente sem considerar se o paciente tem contraindicações. Muitas vezes mobilizar é a melhor opção e não existem pesquisas que mostrem que manipulações são necessariamente melhores que mobilizações…..Abracos

Micaeli Freitas

6 de julho de 2012

Sou fisio e meu pai eh neurologista trabalhando num hospital em Paraná. Ele disse que teve dois casos de lesão da artéria vertebral que ele atribuiu a manipulações “quiropraticas”. Pelo menos o histórico do paciente foi este… Ele disse que não é uma coisa comum entretanto. Mas pelo jeito o risco existe. Ate

Marcelo

6 de julho de 2012

Caro quiropata, sou fisioterapeuta quiropraxista, com Conselho definido e profissão legalizada por lei.
O Fisioterapeuta tem formação superior e com grade curricular bem definida, com conhecimento em anatomia que só fica atrás do médico.
É o profissional mais indicado para fazer manipulação articular sim, pois possui respaldo para isso.
Os chamados quiropatas com formação superior, só em duas Universidades, que ainda não possui um Conselho, apenas uma Associação, estão perdidos tentando arrumar uma brecha para fazer parte de algum Conselho que os aceite, porque segundo a Constituição não pode ser criado mais Conselhos.
Então caro quiropata, talvez futuramente você terá que esstudar mais cinco anos.

Ronaldo Leitão

23 de julho de 2012

Marcelo não acho que o texto tenha sido escrito por quiropratas já que este site é de fisios. Mas o fato de voce ser fisioterapeuta e fazer manipulaçoes quiropráticas nao aumenta a segurança das mesmas. Qurio no Brasil se juntou com fisio pq nossa profissão no Brasil eh uma bagunça. Os fisioterapeutas podem manipular sem precisar de quiro. Os EUA pais onde NASCEU a quiro eh exemplo disso. E 85% dos acidentes com manipulação nos EUA aconteceram com as manipulações de quiro. Abraco

FERNANDA CARVALHO

28 de agosto de 2012

bom dia!
sou fisioterapeuta com pós em traumato-ortopedia, formação em rpg, quiropraxia, podoposturologia, mobilização neural e pós em andamento em terapia manual e postural com visão osteopática.
não devemos achar q quiroprata sabe menos ou mais q fisio, nestes casos o q vale é a experiência profissional, conheço muito fisio que n sabe nem o q é manipulação, n sabe neurologia, biomecânica, anatomia dentre outras disciplinas indispensáveis p um atendimento qualificado de manipulação, tenho quase 2 anos q atendo terapia manual e hj vejo a diferença e evolução dos meus atendimentos, q antes ficavam restritos só a rpg.fica a dica pra quem quer ser um profissional seguro e capaz de realmente tratar qdo for necessário

Paulo Roberto Didonato

3 de outubro de 2012

Aos colegas fisios;
Ao Prof. Sergio e colegas fisioterapeutas,

Acho que o mais importante de tudo e saber custo e benefício das manipulações, avaliar bem as contra-indicações, saber se o paciente concorda ou não em receber essa técnica, informar sobre o que vai fazer e somado a tudo isso, entender o que está fazendo: segurança e técnica acurada “ainda mais na cervical”. Alguns pacientes não suportam as manipulações, ou seja, “ouvir” e “sentir” o thrust. Nesse caso seria interessante receber outras técnicas não manipulativas. Abraço a todos.

Jorge Torquatto

3 de outubro de 2012

Concorndo com o Paulo Didonato. Acho que no final das contas todos os procedimentos sao custo beneficio….tem q pesar a vantagem perto do risco….Abracos

Mario Augusto Campelo

22 de outubro de 2012

Ao colega PAULO,

Achei seu comentário muito inteligente, mostra o quanto você se dedica a terapia manual. Alguns pacientes não suportam o thrust, isso é importante colocar. Tem que se pensar sempre no chamado custo e benefício.

Abraços

gustavo scherer corrêa

23 de outubro de 2012

Não concordo com o texto, fiz vários cursos na área de terapia manual, entre eles um aperfeiçoamento em quiropraxia e a técnica, quando usada avaliando indicação e contra indicação, amnamese, e todas as etapas de uma correta avaliação clínica é segura sim e tem ótimos resultados.
Acho leviano um texto que denigre a imagem de profissionais sérios. Agora, existem profisionais e profissionais…

ADALBEERTO AKAMINE

10 de janeiro de 2013

ABRAÇOS , AOS COLEGAS DE PROFISSÃO -NA ARTE DA TERAPIA MANIPULATIVA

SOU EDUCADOR FISICO E ATUO COM MANIPULÃÇÃO VERTEBRAL JAPONESA E QUIROPRAXIA ,HÁ 18 ANOS.
OBSERVO QUE SEMPRE FAZ-SE NECESSARIO ,AS PESQUISAS E ATUALIZAÇÕES SOBRE ESTA NOBRE ARTE – E AS PESQUISAS DESTE TEXTO , PODEM AUXILIAR NOS COMO PROFISSIONAIS ,

ABRAÇOS

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